![Flávio Oliveira toca uma versão 3d de uma pintura]()
O professor de História e escritor Flávio Oliveira (foto acima), que também tem deficiência visual, experimentou as peças e elogiou o que chamou de protagonismo da Casa Fiat de Cultura em garantir essa experiência para pessoas com necessidades especiais. “O acesso ao patrimônio cultural, histórico, artístico da humanidade, o acesso à memória, é um direito humano, portanto universal”, defende, lembrando que a iniciativa do espaço pode incentivar outros museus e centros culturais a se preocuparem mais com a acessibilidade. “Em geral há uma ideia restritiva do que é a compreensão do mundo através de todos os sentidos. Quando estou tocando a peça, não estou vendo com os dedos, estou sentindo com os dedos”, ensina o professor. “É importante que as pessoas entendam que uma parcela do mundo, seja uma paisagem, um espaço interno, é possível de ser compreendida muito mais plenamente de maneira integral, holística, sinestésica, com todos os sentidos”, diz Flávio, que considera que cada sentido tem sua maneira própria de perceber e uma compreensão muito mais rica da arte é possível se esses sentidos são estimulados.
A lição de que a arte vai muito além do que se vê fica para as pessoas videntes — aquelas que enxergam sem deficiência. As três peças criadas podem ser tocadas também por essas pessoas como forma de aprofundar o conhecimento. “Acreditamos que as experiências estéticas abrem novas possibilidades de percepção e interação do e com o mundo, pois oferecem estímulos diversos que podem, inclusive, despertar novas perspectivas e canais para essa percepção. Vale tanto para o público com deficiência quanto para o público regular”, afirma Clarita.
E se a vida imita a arte e a arte imita a vida, Celso Morassi conta que o design da FCA, consagrado mundialmente, aprende muito a cada uma dessas trocas. “Para nós, fica o reforço da compreensão que sempre tivemos de que fazer um automóvel vai muito além da visão. O design deve levar a experiência em consideração como um todo: da textura do painel ao cheiro dos bancos, cada curva da estrutura”, comenta, feliz por ter participado de mais um projeto voltado para a inclusão.
Confira detalhes da produção das obras no vídeo abaixo: