Boa parte das sementes germinaram no viveiro do Polo Automotivo Jeep (acima). Até 2024, serão 208 mil mudas, em 304 hectares de área verde.
O Programa Biodiversidade Jeep tem o compromisso de resgatar o bioma Mata Atlântica – um dos mais ameaçados do País – e, desde o primeiro ano de implementação até agosto deste ano, já alcançou o número de 84 mil mudas de 295 espécies diferentes plantadas.
O trabalho de Saberé, entretanto, não acaba na colheita. Depois de separar as sementes, ele inicia o processo de tratamento – ou, como ele prefere, de “beneficiação”. “É trabalhoso, mas difícil não é, sabe?”, ele diz. “Você precisa descascar. Dessa forma, o aproveitamento da semente sobe para 95%. Se plantar do jeito que ela vem da natureza, ela não vai germinar, vai acabar apodrecendo”, esclarece. Conhecedor nato das mais diversas espécies, Saberé acrescenta que cada uma tem um tratamento diferenciado. “Têm sementes que preciso colocar no sol para perder líquido, outras basta enxugar a polpa, pois se passar um dia no sol já não germina mais”, explica.
A paciência, ele conta, é uma grande aliada da profissão. Isso porque, assim como acontece nos tratamentos, as germinações de cada árvore também são diferenciadas. “É preciso ser bastante paciente, pois as espécies têm um tempo diferente para dar as sementes, depende muito do clima, da estação. Nenhuma espécie dá fruto por igual, então cada uma tem o mês certo.”
Após se doar por completo, passando pelo ritual de colher, separar e tratar cada semente para que elas fiquem prontas para serem levadas ao viveiro do Polo Automotivo Jeep, o sentimento de Saberé, ele conta, é um só: de satisfação. “É muito bom saber que sou uma peça de um programa tão bonito quanto esse, que quer preservar as nossas árvores, a nossa Mata Atlântica”, diz orgulhoso.
Texto: Isabela Alves
Fotos: Divulgação